1 de julho de 2011

quem te trouxe até aqui?

Ele conversava comigo com a paz de quem conversava com um amigo. Agradeci aos santos e a tudo que pude, mas não pude deixar de me sentir incomodada. A algum tempo atrás seria impossível dividir tantos segundos sem que eu não deixasse transparecer uma falta. Uma puta falta que fazia. A casa, a família, os estudos, os amigos, a cadela, tá tudo igual. Tá tudo igual por estar diferente. Eram ares diferentes, chegou a ser estranho olhar pra tanta formalidade. Perguntei da vida, dos amores, porque mulher que é mulher, é curiosa e se mete a perguntar coisas que as vezes não está preparada pra ouvir. Com a mesma calma de toda a conversa, li os lábios dizerem: "a vida segue não é? tô curtindo com uma menina aí...". (Quem? Desde quando? Como foi? Como é? Tá legal?) Não foi a pior coisa do mundo, nem perto, ensaiei esse tempo todo longe de você, pra estar preparada por mais. Durante alguns minutos, sentada ali, eu entendi coisas simples que demorei meses para entender. A mesma intensidade que media o meu nervosismo, media minha taxa de impressão daquele momento. Era estranho estar frente a frente com quem se dividiu emoções e tratar com um simples "Boa Tarde". Mas é necessário. Nada "pior" do que a naturalidade de atos p'ro coração saber que a vida segue, mesmo sem querer. - Estive com a mente ocupada por cinco minutos, foi o que me permiti. Mais um minuto e estragaria tudo. Será sempre uma lembrança boa, calma, tranquila e leve. - Foi preciso, aliás, necessário! Olhando bem, tô até ótima, olha só, tô sorrindo e nem lembro mais de você... de nós dois... tá tudo sob controle, eu acho, só agora reparei. - ... AH! Obrigada!

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