21 de maio de 2011

a menina que acreditava

Ele te analisa. Aparência é o que mata. Quando você é feia, ninguém te olha, ninguém te analisa pelo que você é. Eis o lado bom, talvez. Te olhou de ponta a ponta, apontou, comentou com o amigo, sorriu a noite inteira e ainda te pagou uns drinques. Bobagem. Investimento de baixo nível. O cara passou a noite te soltando cantadas do tipo "tou procurando a mulher certa, tou afim de namorar." Porque essa, minha cara, pra muitas, ainda serve. O que tem de mulher desesperada, num tá no papel. Fila tá maior do que a fila do SUS. Só não é maior do que a fila dos solteirões à procura. E eu me deparei com um desses. Não sei porque, mas toda mulher gosta de receber cantada barata. Acho que é a única coisa barata que a gente gosta. Vinte e um anos, e, tudo que eu posso dizer: "não caio  mais". Com o tempo, me acostumei. De bom moço e boas intenções, minha lista negra tá cheia. - Prazer te conhecer, você é linda. Posso ficar com teu telefone pra gente se falar? - Ser mal educada, seria talvez, jogar a noite inteira de papo, fora. Gentilmente, cedi. Depois do primeiro convite, você já nota qual é a do sujeito. Bons costumes e boa educação, um belo disfarce pra uma noite com você. Um convite pra um jantar, depois de uma noite de papo furado, só pode ser furada. Desliguei o telefone, e pensei, calmamente, em todos os tipos de canalhas que eu já conheci. Depois deles, eu só pensei emocionalmente, em um momento, uma pessoa, um cheiro. Lembrei do cara que menos me analisou, que menos me quis por uma casca, que menos me enrolou, e por incrível que pareça, o que eu mais amei. Dediquei toda uma noite, depois de muito pensar, a um qualquer. Quem sabe. Depois desse tempo todo analisando tudo, resolvi que talvez, o meu medo, meus milhões de cadeados, tivessem me trancado pra alguém interessante, mesmo me analisando e me querendo num sábado, as dez da noite. O restaurante era legal.  A comida era legal. O cara era legal. O garçom era legal. A única coisa que não era legal ali, era eu. Por mais que eu insista, eu sempre vou lembrar de como era bom. Não foi o maior amor do mundo, mas foi quase. E é a única coisa legal, que eu sinto falta... eu que sempre tive tudo, só quero agora, acreditar em tudo de novo, sem medo. Acreditar que olhares que me analisam, convites com segundas intenções e "bom moço", ainda podem sim, me surpreender. E que qualquer hora dessas, eu me depare com um tipinho que me faça ter vontade de abrir os meus cadeados, mostrar os meus medos, e ser analisada por dentro. Como quando eu tinha esperança. Eu quero acreditar. Olhares gratuitos e mensagens atoa, talvez, ainda podem voltar a ser, pra mim, motivos pra um dia, ser quem um dia eu fiz questão de ser: a menina que acreditava.

9 comentários:

  1. Posso dar minha opnião? os textos são muito bons. Mas no geral.. tu faz muito texto baseado nos textos da tati. Mesmo contexto. Acho que se você buscar um jeito Próprio de escrever, ficaria mais origianl. ;*

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  2. É o meu estilo de escrever, o meu "jeito próprio". Que bom que são parecidos com o dela então, porque é o meu objetivo, já que sou uma admiradora! Cada um tem a sua linha de raciocinio e sua opnião, de qualquer forma, obrigada pelos elogios! Volte sempre. ;*

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  3. ps. não são "baseados" todos, são histórias minhas, vividas.

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  4. texto perfeito, como todos os seus outros, e adoooro sua linha de raciocínio, e nao concordo que sejam parecidos com os d Tati, mas baseado com certeza nao, sou prova viva disso, no texto "remoendo você". e nossas historias são sempre tao parecidas heim! sou fã da tati,e sou sua fã!

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  5. Fê, o que é mais interessante é que são coisas que você vive (que nós que te conhecemos sabemos disso), mas que voc~e sabe descrever a situação da maneira exata e com a percepção quase maliciosa de como a grande maioria das mulheres pensam (ou gostariam de pensar)....Creio que as pessoas acreditam ser parecido com a Tati Bernardi porque ela consegue nos passar a mesma sensação que você...A diferença é que ela é extremista, indo do profundo desespero e depressão à euforia efusiva, ao contrário de você que descreve com mais racionalidade (sentimental, admito), mas racional.

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  6. Tá.. foi só uma crítica construtiva(eu espero). Mas sim.. algumas NA MINHA OPINIÃO são bem parecidas em relação ao contexto.(ex: não pode ser, seu texto\ e o mau elemento da tati.) Tati é demais mesmo haha :) Espero que não entenda errado, gostei muito do blog e dos textos, mais foi uma observação que fiz, e comentei.. que pelo jeito não é válida pra você, maaas.. tem que saber aceitar né? afinal, ser escritora\blogueira sem saber aceitar uma crítica.. não dá. Sorte e sucesso com o blog, você tem futuro. ;*

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  7. Agradeci aos seus elogios, só não concordo e minhas amigas também não concordaram. Mas como você disse, é a sua opnião. Eu aceito sim :) fique à vontade pra voltar e comentar. Beijos. Segue o blog

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  8. ei eu concordo com essa menina ai ó tu ficou no twitter pedindo as tuas amigas pra virem aqui affz kkkkk!! imita mermo

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  9. ai gente, que bom então que ces acham que eu imito ela né? pelo menos é A Tati Bernardi. A gente tem que ficar é feliz por parecer e ser comparada a boas referencias. Obrigada meninas. Beijo

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