18 de junho de 2011

hipnose do sorriso

Olhei em volta, feito um filme, tinha gente de todo tipo. Os olhos de uma menina quase ao meu lado, sorriam, mesmo ela estando séria. Fiquei impressionada. Ela tirou minha atenção boa parte da noite. Em uma das vezes que olhei de volta, ela estava acompanhada. Talvez fosse esse o motivo. Não reparei nele, na verdade, quando ele chegou, eu estava ocupada, reparando em quem estava do meu lado, comigo. Olhei no espelho na esperança de que visse em mim, o olhar que vi nela. Loucura, uma bobagem enorme. Mas eu sentia, como se tudo naquele lugar conspirasse ao meu favor, a nosso favor. Não sei se como ela, mas eu também me senti sorrindo. - A algum tempo atrás, naquele mesmo lugar eu me vi perdida. Sem campo. E agora, me peguei feito menina de doze anos, que procura felicidade no espelho, quando a felicidade tava ali, do meu lado. Me senti no meu quarto, na minha cama, meus amigos, talvez não fosse só por mim, mas eu, agora, me sentia em casa, naquele ambiente. - Pela primeira vez depois de muito tempo, me peguei parada, admirando um sorriso que era meu, que estava sendo meu. Que ia ser meu. Não sei se por opção, mas fazia tempo que alguém não tirava assim, minha atenção. E ele tirou. A atenção, a calma, as amarras. Depois daquela noite, entrei no carro e pensei que no fundo, eu gostava mesmo, dessa coisa de se jogar no nada, de conquistar sem motivo, provar poder. Sei lá, não sei se era como quando eu sentia medo de escuro, mas permitir alguém tirar meu sono, desviar meu olhar e procurar sorrisos no espelho, era tudo um grande passo na "cura" dessa fobia. Eu havia permitido. Botei na cabeça que o sorriso que vi brilhar no olhar daquela menina aquela noite, era um sorriso igual ao meu sorrir: pela felicidade do que ainda estava por vir... na noite, e nos dias. - No espelho eu não iria encontrar nada, mas ele, ia se ver no meu olhar, quando acordasse comigo.

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