27 de maio de 2011

veja só, aonde chegamos














É por aqui? Ele perguntou. - Odeio perguntas. Pra mim, se a intenção é agradar, tem que arriscar. Foje das regras, me leva pro inesperado, e faz questão de me dizer o que ninguém nunca pensou em falar, por mais sem noção que seja, por mais sem cabimento que possa parecer. De gente normal eu tô entediada. Me tornei, no meio de tantos, um diferente qualquer. Alguém cheio de perguntas a respeito de comportamentos similares. Lotada de dúvidas, procurando sempre, saber o porque, de tanta gente se contentar em responder a todas as perguntas, a nunca ter a coragem de deixar ser guiada. Ele não era diferente, e eu já sabia desde o começo... mas eu podia fazê-lo. O combinado era ver o pôr-do-sol. Talvez pra ele não fosse algo tão grandioso e certeiro como um jantar em um local bem frequentado, mas pra mim, era uma prova. De uns tempos pra cá, tenho tido essa mania boba de testar as pessoas. Até onde elas podem ir por mim? O que ele pode fazer pra me impressionar? Não senti muita firmeza no que ele queria, talvez porque esperasse que eu o conduzisse, tadinho. Tudo bem que eu sempre conduzi as pessoas, desde sempre, mas tem horas que não dá pra ser igual, de novo. "Escolhe o local, escolhe o prato, escolhe a hora, escolhe o meio." Homem que tá acostumado a ser usado... sem graça. Depois de alguns meses, ele continuava perguntando: "é por aqui?". Até o dia que eu o respondi... Vai. Te deixei guiar por todos esses encontros, e chegamos até aqui. Respondi a todos os outros que me perguntavam o mesmo, e todos eles me trouxeram à você, quando eu decidi parar de responder, cheguei em você, que nunca me levou até ninguém. Continuou aqui. Me leva pro pôr-do-sol e não me pergunta nada, tô cheia de responder. Hoje eu só quero aproveitar. Você e o sol. É por aí.

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